Wednesday, March 28, 2012

Ernesto Korrodi

Ernesto Korrodi nasceu em Zurique, na Suíça, no dia 31 de Janeiro de 1870. Viveu no seio de uma família religiosa huguenote, na qual se praticavam os austeros princípios de uma formação humana, intelectual e espiritual marcada pelos valores da disciplina, da responsabilidade individual e do rigor profissional. Aos 15 anos, entrou para a escola de artes industrial, nela vindo a concluir o curso de escultor decorador e o de professor de desenho.
Em 1889, Korrodi veio para Portugal através de um concurso nacional para professor de desenho, tendo ficado colocado na Escola Industrial de Braga, onde permaneceu  até 1894. Nesse ano foi transferido para a Escola Domingos Sequeira de Leiria.
Já na nossa cidade, por iniciativa da Liga dos Amigos do Castelo que pretendia  fazer um estudo do castelo de Leiria e iniciar a sua reconstrução, o arquitecto elaborou um projecto de restauro das ruínas do castelo, posteriormente classificadas como Monumento Nacional (1921) e o seu trabalho desenvolveu-se até 1934, quando decidiu sair do projecto. As obras, porém, prosseguiram na década de 1930 com base nos seus desenhos.
Ele é autor de cerca de 400 projectos em todo o país, de que são exemplos: 
• Igreja Matriz de Santa Caterina da Serra, Leiria 
• Castelo de D. Chica, em Palmeira (1915);
• Paços do Concelho de Leiria; 
• Casa Museu Egas Moniz (1915).
Ernesto Korrodi é, de facto, um dos representantes máximos da Arte Nova* em Portugal.

* Arte Nova:  A Arte Nova foi um estilo estético essencialmente de design e arquitectura que também influenciou o mundo das artes plásticas. Era relacionado com o movimento arts & crafts e que teve grande destaque durante a Belle époque, nas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX. Relaciona-se especialmente com a 2ª Revolução Industrial em curso na Europa com a exploração de novos materiais.
Trabalho elaborado por: Andreza Silva e Andresa Santos.

Wednesday, March 21, 2012

Pinhal de Leiria

O Pinhal de Leiria é uma floresta portuguesa de 1741 km2 que abrange os concelhos de Alcobaça, Marinha Grande, Leiria, Batalha e Porto de Mós.
O antigo Pinhal está situado a norte do Distrito de Leiria, em Monte Real. Denomina-se Mata Nacional do Urso e constitui uma das maiores manchas naturais da região centro.
Não se sabe, exatamente, quando esta floresta foi criada. Vários reis portugueses são mencionados na sua origem – D. Sancho I, D. Sancho II, D. Afonso III e D. Dinis. Numa versão menos conhecida, a Rainha Isabel, a quem o marido (D. Dinis) havia dado estas terras, é apresentada como a responsável pela sua sementeira.
Ao saber da existência duma espécie de pinheiro (Pinus Pinaster) que facilmente crescia em solo arenoso, a Rainha teria providenciado a aquisição de sementes em França para dar início ao cultivo. No entanto, é ao rei D. Dinis, o agricultor (1261-1325), que é dada a responsabilidade do semeio e desenvolvimento da área arborizada que acompanha o litoral. Por isso, esta floresta ainda hoje é conhecida como Pinhal do Rei.
O pinhal foi mandado plantar para travar o avanço e degradação das dunas e proteger os terrenos agrícolas das areias e do sal transportados pelo vento. Os recursos naturais que disponibilizava tornaram-no pinhal muito importante para a indústria naval (especialmente na época dos Descobrimentos) e para a indústria vidreira (a partir do século XVIII). Este desenvolvimento permitiu que surgisse a cidade da Marinha Grande.
No século XXI, o pinhal continua a ser uma fonte de benefícios pois fornece água potável ao Concelho da Marinha Grande e ar puro e lazer a todos os que o visitam. A sua exploração sustentada (programada desde o século XIX) tem permitido obter um rendimento médio de 1.500.000€ anuais preservando a mancha florestal intacta.

Tuesday, March 20, 2012

Terreiro

O Largo Cândido dos Reis* é uma praça situada no centro histórico da cidade de Leiria. Desde Outubro de 1910 que tem esta designação. No entanto, em 1657 era conhecida como Terreiro das Camarinhas, passando a chamar-se apenas Terreiro em 1809 e, posteriormente, Largo D.Maria Pia.
Foi a parte nobre da cidade, pois é ao seu redor que estão alguns dos principais solares e palacetes da cidade. Nestas construções dos séculos XVII e XVIII, vivia a nobreza de Leiria: os Ataídes, o Barão do Salgueiro, o Barão de Viamonte, os Zúquetes, os Alçada e os Charters, entre outros.
Na Casa dos Ataídes, situada no lado oeste do largo, encontramos a Capela de Nossa Senhora da Conceição, construída no século XIX. Recentemente, esta casa foi recuperada e é a sede da Caixa de Crédito Agrícola de Leiria. No outro lado do largo, a casa dos Charters foi convertida em Biblioteca Municipal. No solar do Barão do Salgueiro terão decorrido cenas descritas por Eça de Queirós n'Os Maias. No passado, terá existido uma outra capela (de são Brás) onde actualmente se encontra um edifício habitacional projetado por E. Korrodi.
Atualmente, o Terreiro continua a ser importante quer devido ao seu valor histórico, quer pelo
facto de ser um centro de atração turística, quer ainda por ser um local muito frequentado pelos jovens no período noturno, dado que lá existem espaços agradáveis de diversão.

* – O Almirante Carlos Cândido dos Reis, natural de Lisboa (16 de Janeiro de 1852), tem o seu nome associado à Revolução de 5 de Outubro, na qual se implantou a República.

Trabalho elaborado por:
Mónica Botas e Sara Matos

Thursday, March 8, 2012

Sé Catedral de Leiria

Em 22 de Maio de 1545 Leiria foi elevada a Diocese* pelo Papa Paulo III, a pedido de D. João III, rei de Portugal. As igrejas existentes na cidade mostravam-se demasiado pequenas para a população e desadequadas para sede diocesana. Assim, a Sé Catedral de Leiria foi construída entre 1550 e 1574, no centro da cidade, seguindo projeto do arquiteto Afonso Álvares.
Esta igreja foi parcialmente destruída quer por terramotos quer pelas Invasões Francesas e, por isso, foram necessárias algumas intervenções que levaram ao seu aspeto atual.
A Sé Catedral é um dos grandes edifícios do Renascimento tardio do nosso país e é das únicas que tem a torre sineira separada da mesma. A igreja combina os estilos maneirista e barroco, pelo que a fachada tem uma aparência pesada e fria. O seu interior é simples e tem duas séries de grandes e robustos pilares e, ainda, três naves decoradas com abóbadas acentuando a harmonia do edifício.
Em contraste com a sobriedade generalizada, as capelas apresentam retábulos setecentistas bastante ornamentados, várias lápides (algumas da autoria de Ernesto Korrodi) e um altar de talha dourada, na capela-mor. Na nave lateral esquerda, podemos observar a Capela do Baptistério, de estilo barroco, com uma pia baptismal monolítica.
Atrás da catedral, situa-se o claustro constituído por três galerias. A sacristia, situada na galeria lateral direita do claustro, é decorada com azulejos do século XVII e contém um fontanário de mármore. O adro, com escadaria ondulada é do século XVII, tal como os claustros.

* - divisão territorial eclesiástica semelhante ao Distrito na divisão civil.



Trabalho realizado por:
- Berta Antunes
- Carina Gameiro