Ernesto Korrodi nasceu em Zurique, na Suíça, no dia 31 de Janeiro de 1870. Viveu no seio de uma família religiosa huguenote, na qual se praticavam os austeros princípios de uma formação humana, intelectual e espiritual marcada pelos valores da disciplina, da responsabilidade individual e do rigor profissional. Aos 15 anos, entrou para a escola de artes industrial, nela vindo a concluir o curso de escultor decorador e o de professor de desenho.
Em 1889, Korrodi veio para Portugal através de um concurso nacional para professor de desenho, tendo ficado colocado na Escola Industrial de Braga, onde permaneceu até 1894. Nesse ano foi transferido para a Escola Domingos Sequeira de Leiria.
Já na nossa cidade, por iniciativa da Liga dos Amigos do Castelo que pretendia fazer um estudo do castelo de Leiria e iniciar a sua reconstrução, o arquitecto elaborou um projecto de restauro das ruínas do castelo, posteriormente classificadas como Monumento Nacional (1921) e o seu trabalho desenvolveu-se até 1934, quando decidiu sair do projecto. As obras, porém, prosseguiram na década de 1930 com base nos seus desenhos.
Ele é autor de cerca de 400 projectos em todo o país, de que são exemplos:
• Igreja Matriz de Santa Caterina da Serra, Leiria
• Castelo de D. Chica, em Palmeira (1915);
• Paços do Concelho de Leiria;
• Casa Museu Egas Moniz (1915).
Ernesto Korrodi é, de facto, um dos representantes máximos da Arte Nova* em Portugal.
* Arte Nova: A Arte Nova foi um estilo estético essencialmente de design e arquitectura que também influenciou o mundo das artes plásticas. Era relacionado com o movimento arts & crafts e que teve grande destaque durante a Belle époque, nas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX. Relaciona-se especialmente com a 2ª Revolução Industrial em curso na Europa com a exploração de novos materiais.
Trabalho elaborado por: Andreza Silva e Andresa Santos.
Ernesto Korrodi é, sem dúvida, alguém que merece a nossa homenagem pela obra que deixou na cidade de Leiria.
ReplyDeleteAlém do arquiteto vindo da Suiça, houve um outro Ernesto Korrodi na cidade, filho do primeiro, que igualmente nos legou uma obra de interesse. Fica a sugestão, para posterior investigação!